Epílogo desinteressante
(André Lopes)
Me reergui no sótão da memória
Onde o espanto pintava a aurora
Com aquele doce sangue esvaído
De trindades nebulosas
Tão chapiscadas de delírios
E de gritos calejados
A vírgula faliu agonizando numa exclamação
Portões dourados partiram no retumbar
Do berrante do fazendeiro do ar
Mnemosine arrastava seus andrajos
Escada a dentro num túnel de fogo
Tal e qual uma viúva titã.
Doze eram os pares mil e uma as noites
E os fracassos
A lança do Quixote trincava o céu lilás
Oferecendo um deleite supremo à Cérbero
Que tangia suspirante um berimbal.
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