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domingo, 23 de setembro de 2007

Os olhos do seu olhar

Vejo no seu olhar uma calma melancolia

Que teima em resgatar um mundo em confusão.

Quando o sol brilha aguardo em silencio

As vezes do entardecer

Que afasta as minhas dores guardadas num suspiro agudo!

Celebro no seu olhar as canções esquecidas

Despertadas entre rosas que marcam livros.

Nas páginas perfumadas, da vida, temo as traças e o bolor

Que amarela a alma no frio da despedida.

Rodo os moinhos de vento do tempo

Que denunciam as águas do seu olhar

E é nessas horas que uma lágrima só

Assina os versos inacabados da memória!

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

O raro encontro

Depois do pasto, atrás da Serra Azul

Nascia um sol dourado

Espreguiçando lento em seu colchão de estrelas.

Em cima dele ainda brilhava algumas

Nuvens pequeninas que a medida que seus

Braços honestos e brilhosos avançavam o céu

Criava novas formas.

Formas nítidas e diverssas que brincavam

Calmamente no fundo dos olhos mais atentos,

Olhos de amantes, de diamantes, que não enxergam outra coisa

A não ser o céu, o limite do amor, onde as coisas nascem

Potentes e silenciosas como um copo de vinho

Ou um beijo esperado!

E o mesmo sol, no seu avançar total, iluminava

O brejo mais distante e escuro

Dando vida àquilo que já estava quase morto!

Em meio a todo esse encanto o fino Sol

Fazia seus feitos com grande melancolia

Porque fazia só! Sempre cantando pra disfarçar

A tristeza da noite fria que o separava da Lua,

A eterna amante que ele encontrava quando

Todos já dormiam entre o amanhecer e o anoitecer

Para que ninguém pasmasse e se ofendesse

Com a honestidade daquele amor!

O que é preciso

(André Lopes)

É preciso se apaixonar,

Nem que seja por alguns minutos

Dentro da madrugada densa!

Simular o último terremoto do Apocalipse

Num beijo intenso, suave, lento e quente!

É preciso escorregar das alturas

Só pra se ter a sensação de estar vivo,

E bem vivo ao ponto de brotar orgasmos intocáveis.

É preciso saber sorrir e disfarçar as lágrimas mais quentes

De quem tem o coração partido!

E na agonia do antes se preparar para a calmaria do depois,

Mesmo que o tempo feche e a tempestade resolva acabar

Com tudo.

É preciso aquecer o outro com o mínino de palavras

E o máximo de beijos, desde que sejam honestamente

Violentos!

Sendo assim ainda é preciso escolher uma, mas o coração

Pede duas!

É preciso estar tranqüilo para se despedir

Sem saber se haverá continuação

Dos sonhos impossíveis.

No entanto é preciso saber colocar o coração na berlinda!

E a sós tratá-lo sutilmente para que ele não perca

O ânimo de escolher as mais belas flores

Para serem tratadas em claras águas!