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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

CANTO
Canto como quem implora perdão de joelhos
Ao pé de uma santa cruz
Que brilha pra todos menos pra mim
Dentro do peito a prece existe
Só teima em sair
Quero fazer pedidos
O silencio abrasa-os
O amor tem várias faces
Me perdi nesse jogo
Não nasci pra esse jogo
A sua rima pouco me interessa
Construí a felicidade alheia
A minha se esvaiu
Sem felicidade e sem amor
Restou-me o canto
Triste em horas sutis
Morno durante o dia
Grave como a minha morte.

2 comentários:

Roseli disse...

Ao ler seu poema lembrei do poema "motivo" de Cecilia Meireles. Tal poema me fez voltar um pouco no passado. Estudei o Ensino Fundamental no colégio Sagrada Família, das Irmãs Sagrada Família de Maria e so tenho a dizer que foi um tempo que deixou saudades. Liamos poemas de Cecília Meireles, Alphonsus de Guimaraens, dentre outros..Tenho em minha memória alguns trechos ainda. Enfim, como é bom revisitar o passado e sentir saudades...

Motivo (Cecília Meireles)

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste :
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
– não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
– mais nada.

Abraços

Roseli disse...

O poema motivo de Cecília Meireles narrado por Douglas Couto:
http://www.youtube.com/watch?v=BpMl_Ln-x2s